quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Estrada da Limeira

Sábado, amanheceu com um gostinho diferente, pois após as férias estaria me reencontrando com a bike, e o destino já anunciava o que vinha pela frente, a estrada da Limeira, que liga Morretes a Garuva. São 80 km de chão batido, com uma subida de 4,5 km muito íngreme. 
Eram 6h 10 min, quando saímos do pedágio  da BR 277, queríamos nos divertir descendo este trecho asfaltado, curtir o ventinho na cara, pois depois...
Sem incidente nenhum, entramos na estrada da Limeira, ás 07:30. E já estava quente. O pedal fluía tranquilo, assim como a conversa. Hitchcokinianamente, a subida começou a aparecer, e gradativamente nos mostrava sua força. Foram usadas diversas técnicas, entre as quais, olhar para o pneu de frente e repetir um cântico quase gregoriano com as palavras: Ela não esta aí! Ela não existe! Não funcionou, após 2 km, em uma curva, a quantidade de pedras soltas me fez descer da bicicleta, meus parceiros estavam uns 500 metros abaixo, escondidos pelas curvas bordeadas de bananeiras. Resolvi esperar para aglutinar o grupo, pois sempre acho mais seguro, e bem mais divertido. A demora foi quebrada pela passagem de um carro, que informou que eles estavam parados consertando um pneu.
Após a chegada deles e muitas risadas em cima do pneu furado, retomamos a subida, ou pelo menos tentamos. Suávamos mesmo sem fazer nada. O repelente acalmava os insetos, mas não cumpria sua função. A quantidade de pedra soltas deixadas pelas chuvas da semana anterior, acabavam com nossa pretensão de subir pedalando. Eram 09:30 quando ecoou o derradeiro grito: Acabou!!! Acabou!!! Chegamos ao final da subida, e agora era um descida mais longa do que foi a subida. Mas as condições da estrada eram terríveis, não conseguíamos desenvolver uma velocidade melhor, pois as pedras estavam soltas e por toda a pista. Testava mais nossa habilidade em conduzir, do que nossa resistência em pedalar. Continuamos enfrentando o calor, e com destino fixo, que era um bar que fica a beira de um rio. Estaria mais ou menos 15 km a nossa frente. O caminho apesar das pedras começou a melhorar, conseguíamos pedalar com mais constância. Um pouco antes de chegarmos ao rio, vejo o Roberto lutando contra sua sapatilha. A perda de um parafuso o prendeu a bike. Problema remediado, queriam para para um descanso, que eu rechacei. Queria chegar o quanto antes ao destino traçado, que era o rio. Faltava pouco mais de 1 km. Convencidos, partimos.para o rio. Decisão acertada, pois logo chegamos e já partimos para um delicioso banho no rio. Refrescados, realizamos um verdadeiro piquenique nas mesas a beira-rio. Saciados buscamos a melhor posição para descansar, pois sabiámos o que nos esperava.
Começamos a pedalar próximo as 13h 30 min, o sol estava muito quente. Após poucos quilometros o Roberto começou a sentir o cansaço. Não muito depois o golpe final, o Roberto começa a reclamar de dores no peito, o que nos deixa extremamente assustados. Estávamos exatamente no meio do caminho entre Morretes e Garuva. Não havia movimentação nenhuma de carros há mais de uma hora. Um motociclista que passava no local parou para ajudar. Ele prontamente foi atrás de algum carro para transportar o Roberto. Era possível ver a aflição estampada no rosto do Mário, e acredito que não era diferente comigo. Passado algum tempo chegou o carro que levou o Roberto para o Hospital de Morretes.
Começava aí uma dúvida para mim e para o Mário. Seguiríamos para Morretes enfrentando a serra que já minara as nossas forças, ou seguiríamos para Garuva, trajeto praticamente plano. Decidimos por Garuva, e dentro do possível tentaríamos uma carona para anteciparmos nossa chegada, visto que nossa preocupação com o estado do Roberto era sufocante. Olhamos o relógio, eram 15h 00. Partimos para Garuva. O silêncio era imperativo, não falávamos. De tempos em tempos trocávamos algumas palavras para saber como estávamos. Percorremos 20 km quando um caminhão apareceu, faltavam pouco mais de 15 km até Garuva. Carona solicita e prontamente atendida. Chegamos em Garuva e imediatamente começamos a telefonar em busca de notícias. Somente após conversar com a Lenice, companheira do Roberto, e´que ficamos mais tranquilos, pois ficamos sabendo que não passara de um susto e que ela estava indo buscá-lo. Pouco tempo depois ouço a voz do Roberto ao telefone, o que me deixa muito alegre. Terminava ali a aventura do dia, mas com um gosto amargo na boca.

2 comentários:

  1. Que susto Paulo e Mário! O calor era sufocante mesmo e a estrada estava muito difícil mesmo...
    Proponho que voltemos e façamos o mesmo trajeto, para mostrarmos que é que manda! rsrs

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  2. Com certeza Roberto. Vamos deixar o calor passar e vamos mostrar para esta estradinha quem é que manda.

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