sexta-feira, 1 de abril de 2011

Solidão!

Em uma apresentação sobre minha viagem, eu afirmei que mais do que uma viagem pelo interior do Sul do Brasil,  seria uma viagem pelo interior da alma. A cada dia que passa, mais fica acentuado este fato. 
Meu grande amigo Roberto Coelho, que seria a pessoa que dividiria os encantamentos que esta viagem dará, não mais estará ao meu lado. Compromissos que a vida nos impõe, fizeram o Roberto ter de desistir desta aventura. Agora como grande parceira, terei a solidão. Algumas pessoas temem a solidão, pois ela nos coloca em contato com nosso eu,  e dele não podemos fugir. Como devo muitas coisas para mim mesmo, deverá ser um bom momento para pagar estas dívidas. 
Me preocupa em parte, é não ter alguém caso eu precise de uma ajuda, mas tenho certeza de que não ocorrerá tal necessidade. 
Alceu Valença já dizia nos versos de Solidão:
A solidão é fera, a solidão devora.
É amiga das horas prima irmã do tempo,
E faz nossos relógios caminharem lentos,
Causando um descompasso no meu coração.
 
 Sempre achei esta letra um tanto causticante, pois eu nunca consegui entender o porque a solidão seria um castigo. Não tenho vocação para eremita, mas não acho que estar sozinho é um castigo. Pirmeiro por que sózinho, estou na companhia de uma pessoa a quem devo muito, EU! Segundo, estar sozinho não és estar desacompanhado, é estar em companhia do universo, o que convenhamos não é pouco!

terça-feira, 29 de março de 2011

Pedalzão do Sabadão!

Pedal de gente grande, a distância não é exagerada, ficará próximo dos 100 km, mas a altimetria é de arrepia, ou como já foi dito antes, é de cair os butiá do bolso. Passaremos por Bocaiuva do Sul, Rio Branco do Sul e Almirante Tamandaré. Praticamente tudo plano, digo, plano inclinado. O único porém, é a falta de acostamento no trajeto, principalmente até Bocaiuva do Sul. A falta de estrutura para pontos de apoio é outro problema, mas com certeza não serão estes problerminhas que impedirão curtir mais este pedal. Abaixo segue o link com o mapa do trajeto, e mais embaixo, um link de um cursinho de tricôt, pra quem achou o roteiro forte demais.



segunda-feira, 28 de março de 2011

Estréia do Jackson!

Neste sábado que passou, a pedalada foi a mesma que eu e o Mário fiemos no Passaúna, só que no sentido inverso, o que não trouxe muitas novidades. A grande novidade foi a estréia do Jackson, que entrou na turma de pedal, com 60km com muitas subidas, e ele mandou bem, para béns Jackson, no sábado que vem tem mais.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Rendeu!

A pedalada do sábado foi muito boa, rendeu alegrias como nunca. Começou com a volta do Roberto, que não acompanhava uma pedalada fazia tempo, fora o inicio da volta por Balsa Nova, acho que fazia mais de um mês que não pedalávamos tantos km juntos. Foi muito bom estar com este amigo novamente. O Mário, bateu seu recorde de distância percorrida, alcançando 115 km. Eu consegui pedalar os 115 km, após passar a semana pedalando praticamente todos os dias. Resumindo, ninguém ficou triste. É importante ressaltar, que pela primeira vez em que nós três pedalamos juntos e nenhum pneu furou, acabamos com esse estigma.
Urucubacas eliminadas, a semana vai ser de folga forçada, já que terei de viajar a São Paulo. Já estou pensando no próximo sábado.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Os Rótulos e a Marginalidade!

Esta semana eu resolvi por em prática aquilo que sempre disse ser possível, vir trabalhar de bike. Os ganhos são inúmeros: melhora de preparo físico, afinal considerando a ida e a volta, são 52 km pedaladso por dia, pouco mais de 250 km por semana. A quantidade de Bom dia!, que eu falo é assustadoramente maior do que de ônibus. O tempo de percurso, diminui em assutadores 30 min na ida, e 55 min na volta. Resumindo, além de melhorar minha qualidade de vida, melhorar meu astral, eu ganho 1h e 25 min de vida a mais por dia. Podia ser melhor?
Mas tudo tem seu preço, agora eu pertenço a uma nova categoria social, sou um marginal. Vivemos em uma sociedade que coloca rótulos em tudo, se tu estudas muito e não preza atividades físicas ( azar o seu ), és um "nerd", se frequentas muito uma academia, és um marombeiro, se uma mulher gosta de andar com roupas mais caras e sempre "produzida" é uma perua. Tudo bem de rotular certas pessoas, é uma maneira de dizer que ela pertence á um grupo que não o seu, ou ao seu grupo. O grande problema, é que ao rotularmos alguém, nós o empuramos para fora do ambiente onde estamos, nós o marginalizamos. Isto quando não temos consciência de que todos tem os mesmos direitos e deveres, e não somente o grupo ao qual pertencemos, começa a cobrar do marginalizado, atitudes de defesa, o que gera um conflito entre marginalizado e marginalizador, isto nos mais variados ambientes.
Infelizmente no Brasil, acreditamos que trânsito, é um espaço reservado para carros, ônibus e caminhôes. As motos aparecem em uma subcategoria. Pedestres e ciclistas, não pertencem a este conceito, estes atrapalham o trânsito, pois alguns insistem em atravessar a rua, e outros acham que tem o direito de andar na rua. Com esta educação, o ciclista ou é um pobre que não tem como adquirir um carro ( e se for isso, ele também é um cidadão ), ou um filhinho de papai que só quer saber de andar de bicicleta ( neste momento não existem atletas ), ou um maluco que acha que desta maneira vai salvar o mundo. Assim rotulados, nós somos colocados fora do trânsito, ou seja, agora somos marginais. O maior problema, é que somos obrigados a agir como marginais, para garantir nossa segurança. Aqui em Curitiba, passamos a andar na canaleta dos ônibus, o que é proibido, mas é a maneira mais segura, pois a DIRETRAN, que fiscaliza o trânsito aqui, também não acha que bicicleta faça paaarte do trânsito e não se importa se os motoristas respeitam a lei de trânsito que obriga oas veículos que trafegam na mesma via da bicicleta, devem manter uma distância de 1,5 metros da bicicleta. Lei que entrou em vigor junto com o CBT ( Código Brasileiro de Trânsito ). Desde sua implantação, até o dia de hoje, somente uma multa referente a este artigo foi aplicada.
Enquanto estivermos rotulando qualquer cidadão por estar usando um meio de transporte diferente do usualmente aceito, nós estaremos marginalizando atitudes que deveriam ser vistas como normais. Fico triste em saber que esta mentalidade é imperativa em nossa sociedade, e fico mais triste ainda ao ter de afirmar que fico feliz, por hoje ser marginal.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Pedalando com Peso

No sábado dia 12/03, instalei o bagageiro e alforjes, com 12 kgs de peso, parte do treinamento para a viagem. Também não sabia como seria o comportamento da bike com este novo acessório. Tudo instalado e regulado, fomos para a pedalada.
No inicio não houve diferença em relação a bike, mas aos poucos as diferenças foram aparecendo. Perda da agilidade em desviar pequenos obstáculos, a troca de marchas é mais frequente, e os freios passaram a ser mais exigidos. Também muda, e aí é a maior mudança, a maneira de conduzir a bike. A velocidade média reduziu, e a procura pelo caminho mais suave é obrigatória. Precisa de um pouco mais de espaço para as frenagens, e a subida passa a ser mais cansativa.
A pedalada foi pela volta da Renault, a qual nós já havíamos pedalado. Uma pedalada fácil, sem muitos aclives, e bem agradável. A escolha de um caminho já realizado, foi justamente para poder avaliar o comportamento da bike e meu rendimento, pois aumento o peso. Saímos um pouco mais tarde, pois aguardávamos o Roberto, que novamente não apareceu. Depois fiquei sabendo que na luta entre o ser humano e a tecnologia, ganhou esta última, pois o Roberto não conseguiu fazer o celular funcionar, portanto não recebeu nossos torpedos.
Relatar sobre a pedalada não é muito produtivo, pois o trajeto já foi explorado. A diferença estava na quantidade de lama que encontramos, onde as bikes derrapavam com frequência, e na chuva. Tudo para agradar o Mário, que sempre pedia lama nas nossas pedaladas. Resultado, pedalamos os 80 km em 5 horas, o que nos dá uma média de 16 km/h, que eu considerei muito bom.
De saldo fica a necessidade de algumas melhorias na fixação do bagageiro e dos alforges. Estas modificações irão a teste neste sábado, com a Volta da Volkswagem, 90 km de percurso. Vamos embora!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Como foi o domingão!

Domingo de carnaval, 05:30 da manhã e toca o despertador. Em vez da irritante campainha, o ideal era que estivesse tocando:
Eu que é botar,
Meu bloco na rua...
Levanto bem disposto, a temperatura é amena, preparo um café da manhã, de 06:00 e lá vai o bloco do eu sozinho. O Roberto entraria no desfile a partir do viaduto da Toaldo Túlio. Pedais em movimento, as ruas passando, o pouco movimento característico nas ruas de Curitiba durante o Carnaval. Rapidamente chego ao ponto de encontro. Melhor combinado não poderia ser, chego enxergando o Roberto chegando. Rapidamente o bloco agora com duas alas, invade a BR 277 e segue em direção a Campo Largo. Um trajeto tão conhecido, que a única lembrança que tenho é de achar o Museu do Mate abandonado.
Campo Largo chegou rapidamente, e junto com ela chegou a má notícia. O Roberto não tinha condições de continuar, a dor no joelho não permitia. O bloco do eu sozinho estava na passarela novamente. Tomei o rumo de São Luiz do Purunã. A subida tão temerária tempos atrás, hoje é apenas mais uma subida, tantas as vezes que já a subimos. O engraçado é pensar que ali está uma placa tão odiada, mas tão adorada pelos ciclistas. É a famosa placa "Pedágio a 2 km", que significa que faltam apenas 1.800 m para o fim da subida. Com apenas uma paradinha rápida para tirar umas fotos, cheguei em S.L.Purunã as 09:30 hs. Pausa para um lanche, feito ao ar livre, sentindo no rosto a amostra dos "Ventos Eternos do Purunã".
De S.L.Purunã à Balsa Nova, é um caminho muito bonito, com vistas muito lindas, e decidas bem convidativas. Muitas paradas para fotos, e faltavam 15 minutos para as 11 horas quanto invadi Balsa Nova. Uma cidade pequena mas bem acolhedora. Limpa, o que infelizmente nos chama a atenção. Não precisei de 5 horas para vencer os primeiros 78 kms, considerando que neles houve 2 paradas para lanche. Bom, estava rendendo bem.
Após um lanche caprichado, o bloco do eu sozinho segui em direção a Guajuviras. A pasisagem era muito bonita, o que tornava a pedalada um prazer, deixando o cansaço de lado. Pouquíssimo movimento, e a estrada ia sendo vencida com certa facilidade. No entroncamento para Guajuviras, um morador informou que se eu seguisse pela direita a paisagem era bem mais agradável. Não vou lutar contra os avisos que me mandam. Segui pela direita. A pasisagem realmente era linda. Os campos com plantações de soja e milho em diversas cores davam um colorido especial aos morros que desfilavam ao lado da estrada. Mas como sempre dizem, o que é bom dura pouco, mal notei quando chegou o asfalto da PR 423, e suas interminaveis subidas. Foi uma imensa alegria quando avistei a ponte da estrada de ferro em Araucária, que indicava a proximidade com a Av.das Araucárias. Algun desvios pra lá, outros pra cá, e já estava na Avenida. O pórtico polônico, exatamente, polônico, mostrava que estava chegando em Curitiba, e estava terminando minha pedalada. Cheguei ao destino com 138 km pedalados. Eram 16:00 hs, e chovia. O corpo estava cansado, mas longe de estar desanimado. O treino mostrou que o corpo está no caminho certo para a viagem. Que venham os alforjes e seu peso extra.